segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Olhando o pé de jasmim na janela do meu quarto aprendi um pouco mais sobre o que são as ideias. Elas devem ser firmes, como a base de um tronco construído com o passar do tempo e, suficientemente flexíveis nas pontas, de onde saem folhas sensíveis à brisa. Elas não crescem sem luz, sem água, sem a terra e sem o ar. Quando o primeiro raio bate na folha, ela o reflete. Outra parte é absorvida, em forma de calor.

Se fôssemos assim, suficientemente fincados em nós mesmos e maleáveis ao som do vento, talvez rendêssemos flores e quem sabe frutos. Mas o que são as flores e o que são os frutos? Um pouco do acaso. Uma folha diferente que brotou nesse dia, um beija-flor que resolveu mudar o itinerário.

Pensando mais um pouco vi que as plantas são bastante humildes. Elas nascem reproduzem e morrem até voltarem à terra. E é desse jeito que são imortais.

Se fôssemos assim em nossas amizades e estendêssemos nossos frutos sabendo que eles seriam deteriorados, o que restaria de nós? O passado? Não, as sementes.

Somente as sementes e, ao mesmo tempo, tudo comprimido milimetricamente.

É uma mágica, eu sei. A mágica de fazer algo simples e pequeno. Uma ferramenta tecnológica, que ninguém consegue criar sozinho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Carta a Sofia

Sofia,

Todos nós temos a capacidade de expansão e contração. Certa vez um filósofo disse que era disso que havia se formado o mundo, assim como no Big-bang e como ocorre desde o princípio da vida humana, em que primeiro se contrai a matéria prima e depois a expande, modela. Essa seria a essência do processo criativo. Assim como na dança, nas estratégias de guerra e nos sentimentos, é preciso saber onde dar um passo à frente e outro para trás. É com essa regra, pois, que permanecemos firmes, em um mesmo lugar, sem significar, por isso, imutabilidade. É um equilíbrio dinâmico. Aquilo que acontece somente com o caminho da expansão tende a contrair-se em algum momento e aquilo que se contrai tende a se expandir, de modo que, na verdade, tudo faz parte de um todo, indivisível. Explicando de uma maneira bem simples, se expandimos nossos dedos, contraímos a parte anterior à palma da mão e, se os contraímos, expandimos essa mesma parte. Desse modo, se seguramos uma massa a apertamos com os dedos ela vazará entre as articulações, criando uma moldura múltipla e distinta. Isso se aplica à vida: na hora de condensarmos nossos pensamentos e ações devemos deixar espaços para que sujam possibilidades múltiplas e diferenciadas. Se os expandimos, devemos ter um ponto fixo, onde tudo se encontra, onde há um foco. Expansão e contração são conceitos dialéticos, que visam ao conhecimento de um todo, essencialmente em sua fisiologia e funcionalidade.

domingo, 10 de julho de 2011

Eu aprendi que... plantar não é fácil.


Não podemos nos arrepender do que fizemos com certeza. As circunstâncias fizeram com que fizéssemos aquilo por livre e espontânea vontade. E, se era certeza, se era para o bem, se era um mal entendido, um erro, se era qualquer uma dessas coisas, pode ter certeza que só fez nos conduzir para o caminho certo.

O caminho certo é o que tem mais erros, pra falar a verdade. Quantos erros exatamente? Não precisamos saber, por que se soubéssemos, gostaríamos de acertar na última tentativa e isso seria um erro. Talvez o segredo seja ignorar nossas expectativas de acerto e, ironicamente, fazer tudo da melhor maneira. Fazer algo por fazer mesmo, com objetivo de fazer. De que modo? fazendo.

E quanto ao futuro? Se temos certeza do presente, não precisamos pensar no futuro. Porque o presente por si só já é uma constante mudança. Isso não significa, claro, falta de planejamento. E sim, planejar o presente de uma maneira que ele faça a diferença, construa um novo futuro, seja o fruto.

Plantar não é fácil. É preciso de adubo, ferramentas, uma muda ou uma semente, água, luz, ar e ainda contar com o clima favorável. É tudo muito bem planejado, cada elemento deve ser usado no momento certo. Falar sobre o que não se fez não adianta nada, o negócio é fazer. E, se falar sobre isso não adianta, pensar sobre que se falou menos ainda.

Em outras palavras, quem planta nunca diz como planta, simplesmente planta. Até porque cada um tem a sua maneira. E, se não dá certo de um jeito, tenta-se de outro. Ao final, o clima favorável quem criou foi você, com as mesmas palavras e pensamentos positivos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A oração mais bonita - na minha opinião hehehe

Sabe, deve existir tempo pra tudo mesmo. Tempo pra avançar e tempo pra recuar, tempo pra errar e pra aprender com os erros, tempo pra desistir e pra persistir, mas toda hora é hora de recomeçar.

O mundo impõe tantos valores, tantas dúvidas, tanto peso que nos esquecemos do que somos capazes. É preciso ter fé em si mesmo, independente de religião, porque ninguém sabe do dia de amanhã.

"Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna."


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Textos são como filhos- parte 1




Cada texto pra mim é como um filho.
Faço planos pra quando ele nascer; dou o máximo de carinho e de atenção; analiso detalhe por detalhe, por vezes criticando-o (mas é para o próprio bem hehehe); faço comentários sem permissão; assino meu nome em baixo...E ainda acho que todos são meus, por mais que tendam a ganhar o mundo!
Seja pelos oceanos ou pelos ares, quando eles viajam, fico com saudades.Levam uma parte de mim, com minhas próprias palavras, meus hábitos, minhas marcas...
Alguns nem ligam, nem dão sinal de vida, nem agradecem a mãe que tiveram!
Outros, eu adoto, alimento, dou carinho e conforto, como se fossem meus. Afinal, sempre cabe mais um, não importa o tamanho, a idade, se não têm pés nem cabeça, se são cegos, se não falam ou se têm outros tipos de deficiência.
Por causa disso, meu birô hoje é uma creche, cheia de palavras (e eu não me arrependo! hehehe) =D




domingo, 10 de abril de 2011

O que há de errado?



Claro que errar não é um erro, é um acerto, porque é a melhor forma de chegar ao sucesso, exercitando a autocrítica e aprendendo com os próprios defeitos. O problema é que, para muitos, "errar duas vezes a mesma coisa já é burrice" e pela terceira, nem se fala.
Sabemos da nossa condição como imperfeitos, barrocos, e ainda nos surpreendemos quando erramos, na medida em que nossos acertos são vistos de maneira corriqueira, como "nada mais que a obrigação".
Entendo o exercício da humildade implícito em cada conquista, e por isso acho que também aprendemos com nossos acertos.
Talvez a diferença entre esse tipo de aprendizado X pra um tipo de aprendizado Y (o dos erros), é que esse segundo ainda nos é traumatizante, porque o ser humano, graças a dios (ou a ele mesmo, se preferirem), acredita na sua capacidade.

quarta-feira, 9 de março de 2011

E se eu não for o que (ou quem) eu quero?

É, eu não escolhi viver desse jeito, mas qual escolha eu teria? A de viver longe da sociedade?

Sabe, na verdade eu de mim não tenho quase nada! Pensei que minhas palavras eram originais, que minha atitude não poderia ser transformada, que minha vida era uma decisão própria, intacta. Mas, quando menos espero, tenho que escrever em 140 caracteres, tenho que beber em um copo com formato de copo, sentar em uma cadeira com formato de cadeira e comer o que consideram comestível.

"Por quê tanta revolta Sr. Anônimo?" vocês devem estar se perguntando =P. Porque o formato das coisas me intriga: se algo nos agrada ou é pela forma ou pelo conteúdo (ou ambos). É porque contém algo que não temos, uma novidade. E aí quando entramos em contato com esse objeto, nos sentimos parte dele, mesmo sem sermos de fato.

Porque não somos o que queremos! E sempre queremos ser algo que ainda não somos!

sábado, 5 de março de 2011

Espelho invertido-parte 2

--- Ei! Quem é você e por que me persegue?
--- Eu sou seu outro eu e te pergunto agora: O que você faria se eu, sua imagem, me virasse contra você agora?
--- Eu não me reconheceria, claro!
--- Mas, como, se somos a mesma pessoa?

(...)

--- Me diga uma coisa, esse livro que você lê é seu mesmo?
--- Não.
--- Então, por que você o lê?
--- Eu leio justamente por que não é meu, oras! Quero saber da história!
--- E como você quer saber dessa história, se você nem ao menos sabe da sua, não sabe quem eu sou, nem quem você é?!





Espelho invertido-parte 1


Se olho para dentro de mim, me vejo por fora; se olho para fora de mim, me vejo por dentro. Sou a mesma a toda hora e não mais eu, ao mesmo tempo.
Vivo nesse espelho invertido, querendo ver minha imagem no mundo e vice-versa, me procurando em pensamentos alheios, juntando peça por peça.
Chega num momento em que não me caibo; num outro, e já não me meço. Sou imensurável e me esqueci que se medir é um grave problema estético!

Donna Scutty

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Efeitos alucinógenos do chocolate- parte 2


(Ou... Efeitos pós-chocoláticos)

Como um chocolate pode ser amargo e doce ao mesmo tempo?

Esqueci que, de uma hora pra outra, mais cedo ou mais tarde, aquilo que alcançamos vai embora. E aí, a consequência é esse efeito pós-chocolático, de que algo só pode ser completo se for eterno. Quando na verdade, tudo é eternamente incompleto, desde a infância...

A diferença é que, quando criança, nos maravilhamos com os brilhos, as cores e a formas, sentindo as texturas, nos entretendo nesse processo. Se gostamos da chuva, nos molhamos, se gostamos do sol, nos aquecemos sobre ele, tudo ao modo shakespeareano.
Depois, surge outro acaso à nossa frente e abrimos um sorriso!

Quando adultos, os brilhos, as cores e as formas são atrações decorativas que mal interagem conosco. A chuva é um imprevisto, o sol pode fazer mal à pele, as consequências dos nossos atos pesam mais. E aí, quando o inesperado acontece, nos lamentamos.
Mas, porque nomear isso de inesperado, se nada é eterno?



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quanto tempo o tempo tem?


Comprei uma ampulheta que classificaria como "de três tempos" ou seja, 20 segundos, e não sei porque, mas o tempo pra mim agora parece mais precioso. Sei que o que está dentro dela é areia, areia pintada de roxo mas, vendo-a cair, tudo parece mais palpável.
Quando vemos as horas em um relógio digital, os números simplesmente mudam sem nos dar explicações e, assim, a sensação de que o tempo voou é maior. Já na ampulheta, que deitada na horizontal com seus três pilares parece o símbolo do infinito, cada elemento é imprescindível.
Os momentos são definidos por um mecanismo simples: o bater de um grão no outro, impulsionado pela força da gravidade. Assim, o tempo depende da força de atração, da rotação do planeta e da compreensão de seus processos.

Quanto aos três pilares... se fosse nomeá-los, diria que nada mais são que os pensamentos, as palavras e os gestos. Afinal, quanto tempo passamos falando o que poderia ser feito, pensando o que poderia ser dito e agindo sem pensar?



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Efeitos alucinógenos do chocolate- parte 1



"Não importa a sua cor, não importa se você tem quilos a mais, se você é alta demais, se você é baixa demais, se você tem manchas na pele, se você é albina, se você não tem voz, se você não tem pernas, se você não tem cabelo, não importa... Sou feliz do mesmo jeito ao seu lado, simplesmente porque você é você, insubstituível" Foi o que ele me disse.
"Vamos correr pela neve, correr pelos campos, lutar contra a água do mar, porque você merece. Te prometo elogios, todos sinceros, verbais e não verbais. Surpresas de rosas, flores de chocolate, cartões anônimos, a liberdade de se sentir segura e a segurança de se sentir livre. De confiar em você mesma. Ainda que eu não exista e seja um desejo da sua imaginação, fique comigo. Não posso viver sem você... sem você reconhecer o quanto é especial."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A luta




Entro correndo no salão escuro do palácio, o desafio me espera, estou livre, corajosa e atrasada. Mesmo assim eu posso ver, ele me aguarda, na última torre com uma notícia surpreendente. Subo as escadas. Enquanto subo, minha alma se torna mais leve, a prisão domiciliar parece mais pálida, o ar parece mais fosco e minha pele mais clara. A janela me diz a quantos metros estou. A paisagem não é nada dentro da moldura. Pego a espada que se junta ao véu branco da minha blusa e corro. Luto com toda a força.
Há um segredo dentro de mim, algo que me torna surpreentemente segura e precisa ser defendido com uma força épica, como uma mancha barroca e escura. Só quem tem um segredo pode compreender a luta.
Pulo para fora, meu "inimigo" está afrontado. Chego à beira de um rio, encravo minha espada na terra, lavo meu rosto e olho para os lados. O nada me levanta. Uma voz me diz para não seguir por aquela direção e não sigo.
Minha vida agora é uma batalha incessante, meus olhos se tornaram escuros, e mudam de cor com a direção do vento, se for o caso.
Como uma selvagem, corro ao encontro dos meus parentes, não sou mais eu, mas sou mais do que era antes, sou o impossível dentro de mim, alguém diferente.
Porque às vezes, é preciso mudar a identidade.
Pego desse jeito a vingança, a tragédia e a desesperança, para traçar uma outra jornada, me guio pelos pingos de sangue que caem das más costuras, e piso de gota em gota, caco em caco, de estilestes a agulhadas, sem me ferir.

Minutinhos de revolta =D



Oh no! Coisas que deveriam ser incluidas no currículo!

trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=vhm1DuyrIww
{Obs: ideia original inventada pela minha amiga Renée}

Se dizem que o currículo é como se fosse a sua identidade, eu Scutty e minha amiga Renée discordamos. Nossa verdadeira identidade é formada pelas nossas experiências, boas e ruins, pelo convívio social. Tudo bem, que experiência profissional é também experiência de convívio, às vezes até mais drástica e difícil que o normal.
Mas seria tão bom, se pudéssemos incluir no currículo quantos tocos levamos na vida, quantas amizades se perderam ao longo do caminho, quantos parentes nossos tiveram que nos dizer adeus, quantas vezes "sorrimos chorando lágrimas de tristeza e choramos de tanto rir" como disse Clarice.
Assim contratariam profissionais mais equilibrados, maduros, com mais força pra enfrentar as adversidades da vida!... Por outro lado, outros seriam ríspidos, amargurados...

E se dinheiro não traz a verdadeira felicidade, eles seriam simplesmente "indenizados"?
Dinheiro não traz ninguém de volta, nem mesmo o passado! =/
E há quem dê a "volta por cima" mesmo sem dinheiro! o.O
Pois é, perante algumas situações parece que esse "currículo da vida" não adianta de nada. Sempre desatualizado, sempre correndo o risco de encontrar experiências novas e intrigantes.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A fuga


Corri o mais rápido que pude até que os tiroteios começaram, era um verdadeiro campo de batalha. Não, mas não era o Rio de Janeiro. Fugia dos tiros não sei como, acho que meu inimigo tinha uma mira ruim, dificultada pelo nervosismo e pela distância; ou então, pura sorte. Foi quando chegou o fotógrafo: “Corre! Corre!”. E corri tanto que tropecei em mim mesma. “Não se levante! Fique aí!” e cada clique era um tiro, contra meu inimigo, não contra mim. Assim, enquanto me rastejava as fotos magicamente me salvavam. Eu não era modelo, nem me sentia como uma, também não me sentia como um personagem, era eu mesma na luta pela sobrevivência.

Que poder a câmera tinha ou quais imagens guardava nunca vou saber, mas o inimigo foi acertado em cheio por essa máquina de disparar flashs. Ótima estratégia, pra quem diz que os jornalistas não podem fazer nada.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fear of the dark





164º aniversário de Thomas Edison, um bom pretexto para falar da escuridão

Hoje, dia do 164º aniversário de Thomas Edison divulgado pelo google, é um ótimo pretexto pra abordar a importância da luz na vida dos seres humanos ou melhor, a repercussão da lâmpada elétrica na vida das pessoas, com destaque especial para aquelas que temem o escuro.

Não é preciso nem dizer que a luz em si já é um símbolo na nossa sociedade, carregado desde o iluminismo e a revolução industrial até os dias atuais. O interessante é perceber que o escuro por si não põe medo em ninguém, mas se vier, na sua direção, uma pessoa com roupas escuras, pele escura, óculos escuros e segurando algo no bolso, pode ser que a história mude.

O preconceito é sim um fator de medo, pois suspeitamos do desconhecido e é exatamente o que a ausência da luz nos remete. Não estou atribuindo essa questão psicológica os nossos problemas sociais, pois sabemos muito bem que isso seria um absurdo.

O que eu quero dizer é que quando estamos no escuro, desconhecemos as cores ‘originais’ e as formas dos objetos, perdemos um pouco a noção de profundidade e de espaço, isso nos torna mais indefesos e, por consequência, inseguros.

Quando criança, esses medos são ampliados pela dependência natural dos pais e pela formação cognitiva. Assim, crianças até os três anos tendem a ter mais medo do escuro devido ao possível abandono e à pouca noção de continuidade temporal: elas não entendem que objetos simplesmente não “somem”, nem que dormir não é o fim de tudo. Ao contrário, os maiores, e até mesmo os pré-adolescentes, temem por imaginar situações aterrorizantes, estimuladas pelos meios de comunicação e pelo convívio social.

Nesses casos, o recomendado é deixar o abajur ligado, até que a criança possa se sentir segura.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nômade errante


Sem lugar certo, não tenho objetivos.
Me chamam de"fugitivo", e a alcunha me fere, me deixa cambaleante,
díficil é dar de cara com esta verdade dura, pior do que diamante.
Só não pensem que é covardia, pois eu fujo para o lugar certo, onde o vento assobia, bem no meio de um deserto. A razão descobrirei quando chegar, enquanto isso, observo a paisagem, linda, que um dia já foi mar.

Diamantes são coisas preciosas e exigem um cuidado especial, por isso guardei todos na minha bolsa e não me desgrudei dela em nenhum momento. Sou sim, um nômade errante, que tem moedas da troca nas costas e pensamentos diversos, tantos que nem sei qual deles me traduz e com quais eu converso.

Logo anoitece e o clima muda, o frio aumenta e a solidão também, sem ninguém por perto. O sono aperta e um braço me segura. Estou mesmo no lugar certo?
Vejo distante uma fogueira, ou melhor, vários pontos luminosos. Uns tremem, outros apenas são coloridos, sugerindo formas diversas.
Acordo.

É, a vida prega peças, meus diamantes no fim de tudo viraram água e eu, com sede de futuro, bebi todos. Tempos depois, achei um oasis. Era o melhor que poderia ter me acontecido nos últimos tempos! Um oasis enorme só pra mim, um egoísmo da natureza! Mergulhei, bebi a água, enchi a garrafa, era tudo maravilhoso. Percebi que caminhei tanto pra encontrar isso no meio do deserto como se fosse uma agulha num palheiro!

Eu era uma pessoa de sorte, mas não com sorte o suficiente para achar comida, por isso segui outro nômade que me levou do oasis para um verdadeiro palácio. Lá me identifiquei como peregrino de Nãoseionde, um país distante, e fui recebido com todas as cortesias pelo Sheik Sailá Kaimi. Sailá me contou de toda sua trajetória e de suas ambições pelo governo, enquanto caminhávamos numa tarde tranquila. Disse também que eu poderia ficar, trabalhar com ele, ser seu empregado, e em troca teria à disposição mesa bem posta, cama arrumada além de... todas as suas dançarinas. "Trabalho não problema" repetia em nãoseiondês, tentando me convencer. Mas não aceitei.

Meu destino era outro, era voltar ao deserto e lidar com a verdade, agora melhor do que antes. Lidar com a água que, na garrafa, havia se transformado em diamante.

Feito a partir da postagem "Nômade errante" de Victor Hugo Medeiros de Vasconcelos, no blog
www.armariosdasideias.blogspot.com


sábado, 5 de fevereiro de 2011

O vendedor de lenços



Uma história bastante conhecida, que não pertence a mim.
Você vai chorar ou ser vendedor de lenços?

Ele sabia que lucrava com a tristeza alheia, tal como o vendedor de velas e infelizmente a profissão não era escolha sua, era sorte do destino. Sem ter o que vender e passando por momentos de depressão, ele precisava de dinheiro. A única coisa que tinha eram lenços, lenços de pano, bordados, não bordados, acetinados, presentes de amigos. Certo, que tipo de amigo dá lenços a alguém? Amigos costureiros. A intenção era fazer uma colcha de retalhos, mas o nosso chorão aqui guardou cada peça como se fosse única. Achava que só virariam retalhos no dia do seu enterro.
Foi quando a ideia lhe surgiu, venderia os lenços. Primeiro porque queria se livrar da simbologia deles, depois porque eram realmente bonitos. Com o dinheiro comprou pão e fósforo. Precisava comer e estar aquecido, nevava muito!
E se tivesse feito um casaco com os lenços? Que burrice! pensou. Devia ter feito.
Não, mas casaco de lenços não aqueceria ninguém. Sem contar que seria quase o mesmo que se encobrir das próprias lágrimas em meio ao frio. E ele não queria ser mais um forever alone! hauauaauhhau.
Certo, vendeu os lenços, e agora? vendeu todos! Tinha que vender mais, ainda precisava de dinheiro. E nesse período muitas pessoas estavam gripadas, poderiam até precisar de lenços de papel. Então comprou tudo a preço baixo e revendeu. Foi um sucesso! Tá bom, nem foi tanto assim, mas foi melhor que da primeira vez. Acho que porque ele já estava "pegando a fama". Sempre naquele mesmo local, mesmo horário e com a mesma roupa. Era fácil de distinguir. Quando não vendia nada ele chorava. Não finjia que chorava, chorava de verdade mesmo, porque chorar também adianta! Foi o que o vendedor concluiu nos três últimos dias, depois de ver uma moça na esquina, aos prantos. Algo que mudaria o seu destino.
Porque a senhora está assim?(perguntou) ---Senhorita. (ela respondeu)
Certo, não teria coragem de vender nada a essa pobre mulher, por mais que sobrevivesse da tristeza alheia nunca tinha visto um cliente sequer nessa situação. E se o visse, talvez fosse à falência.
--- Não, deixa pra lá, eu não quero incomodar, nem é da sua conta!
Logo em seguida a mulher não se conteve e caiu nos braços do vendedor.
--- Calma, calma, vai dar tudo certo... (falou mesmo sem saber do que se tratava)
--- Não, não vai dar certo não! Eu sou... eu era costureira de uma loja e fui demitida. Meu patrão disse que eu só sabia "enfeitar" e não fazia nada direito. Meu noivo me abandonou e, pra completar, mal tenho casa e família.
Sem saber direito o que falar, o vendedor a consolou: ---Calma, essas coisas acontecem, eu sou vendedor de lenços e aprendi que chorar até resolve, mas não por muito tempo. Logo depois você está querendo arranjar uma razão pra sua vida e daí lenços começam a parecer objetos exóticos e fúteis, um detalhe pra enfeitar o paletó.
Mas, se você quiser, pode trabalhar comigo. Não precisa ter um trabalho perfeito, mas atraente. O natal está chegando e enfim, podemos dar um jeito.
Então os dois trabalharam e, juntos, a médio prazo, construíram verdadeiros desejos de consumo, objetos de decoração para a ceia de natal. Tanto que ninguém mais comprava uma coisa dessas pra simplesmente pôr no bolso. Se protegiam do frio eram para o pescoço, se enxugavam algo era suor, resultado do esforço, mas na maioria dos casos eram...
Guardanapos! Os clientes estavam satisfeitos! E eles também. O que vendiam era, principalmente, consequência da alegria, da união de muitas famílias, como a que ele e sua agora esposa haviam acabado de formar.

Tudo é passageiro, até mesmo o motorista é passageiro de si mesmo.


Quando digo isso é porque, todos nós, por mais que estejamos no controle de uma situação, somos, igualmente, controlados por ela. Isso é vida de passageiro.
A imagem na janela muda, o clima se transforma e aí nos sentimos iguais, pura ilusão. Na verdade só nos sentimos diferentes mesmo depois de perder ou de ganhar algo, como se isso alterasse nossa concepção de tempo, de tempo perdido ou de tempo vivido. Mas os segundos passam da mesma forma.
Não sabemos quem vai entrar quando a porta se abrir, se essa pessoa vai ou não passar pela catraca, se vai acontecer algum emprevisto. Se ela vai ou não entrar na nossa vida.
O que fazemos pode até parecer uma dicotomia: ora esperamos, ora corremos atrás.
Sei que essa não é a única visão sobre o assunto e sim a mais simples. Ainda assim, insisto em comparar. Porque às vezes somos mesmo é assaltados, não importa se estamos de carro ou a pé e aí temos que arranjar soluções, criar alternativas, confiar um pouco mais nos outros.
Pois é... ninguém está no controle 100%, sempre tem o fator X no meio, o emprevisto. E o danado é que ainda queremos ser cobradores! Cobradores de nós mesmos e dos outros! (Não que ninguém possa ser cobrado). Mas, onde isso vai parar? Ou melhor, onde você vai ficar?

É quase a metáfora do vendedor de lenços.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Coisas de ônibus, pensamentos de ônibus, pensamentos no ônibus.


Primeiro o sinal quase se fecha e as pessoas saem correndo. Algumas correm tanto que parece o fim do mundo hehehe. Trânsito caótico.
Depois o ônibus freia alguns metros longe da parada e só por causa disso o motorista não quer abrir a porta.
Dentro do veículo várias cadeiras vazias, mas às vezes um estranho se senta ao lado de outro e quando o da janela sai ele nem muda de lugar.

Na maioria das situações era uma questão de dança.
Corre, estica a mão, entra. Vai pra frente, vai pra trás, passa pela catraca. Olha pra um lado, olha pra o outro, se senta. Levanta, pede a parada, sai e continua dançando.

Será que elas conversam? Quer dizer, não há espaço pra conversas em uma dança, o corpo já fala. Mesmo assim algumas conversam. Sobre o quê?
--- kkkkkkkkkkkkkkkk!
--- OOOoooooiii fulano! Há quanto tempo, o que você está fazendo da vida?
--- Não, não acredito! Tô chocada fulaninha!
--- Oi, com licença, você trabalha em tal lugar? É porque eu tenho uma dúvida...
--- Bom dia.
--- ParaÊEE motorista!
essas coisas.

Será que uma conversa de poucos segundos poderia marcar a vida de alguém? Será que alguém com quem você nunca falou pode ser significante na sua vida? Coisas de ônibus, pensamentos de ônibus, pensamentos no ônibus. Coisas lá que muita gente perde, objetos, detalhes, gestos. Pensamentos desse lugar não lugar ( o que a tecnologia não faz hein?) Tô aqui! No ônibus. E, pra completar, pensamentos deixados lá. Se são profundos eu não sei ehhehe. - "Aquele estudou comigo na sexta série!".

Tudo é passageiro. =P Até mesmo o motorista é passageiro de si mesmo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Norman! Norman! Sim mamãe.


Essa história é sobre o início da vida de um psicopata, mas tem a trilha sonora de um mafioso porque, nesse caso, ninguém sabe o limite entre a influência da máfia e de seus problemas mentais. Na verdade, só viu o grupo desse "chefão" quem hoje está morto ( com minha exceção).
Assim como Norman Bates de Psicose, ele tinha seus amiguinhos imaginários mas, nesse caso, os amigos só apareciam na hora de cometer algum crime que comprometesse ou revelasse a hierarquia desse grupo. Em outras palavras, nada garantia a existência da própria organização, por mais que os acusados sempre aparecessem.
Só pra ilustrar essa mistureba de inspiração cinematográfica, vou contar um fato. Algo que eu, Scutty, realmente vi.
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Eram oito horas da manhã e ele chegava na faculdade, sempre muito estudioso, porque todos eles são assim, vocês sabem, primeiro o interesse repentino pelas artes, depois o conhecimento científico e por fim outras habilidades extras como esgrima, hipismo, golfe...
E ainda ousou dizer que não estudou exatamente pro vestibular!
Mas enfim, seus hábitos eram premeditados e sempre tinham causas convincentes. Não posso sair hoje porque tenho curso de inglês. Infelizmente viajarei. etc.
Isso me lembra a fala de um amigo, mais ou menos assim: " vou passear com o cachorro do meu primo, xau!". Não, ele não estava xingando o primo, ainda bem, mas iria passear com o cachorro dele às nove horas da noite! Não era um pouquinho tarde pra fazer isso não?
Tudo bem, sempre há razões desconhecidas por aí, mas as razões desse jovem psico-gângster eram demais. Ele se dizia um pouco irresponsável e mesmo assim concluía os trabalhos a tempo, da melhor forma possível. Não pegava livros na biblioteca e tirava dez. Também falava muito de um lugar chamado "shopping" aonde ia pra fazer as tais leituras....
O pior disso é que sua identidade não podia ser investigada, uma vez que não tinha cadastro na biblioteca e raramente participava de seminário, congressos dentre outros eventos que pedissem, no mínimo seu CPF.
É cruel. Muitos não desconfiariam, principalmente a polícia. Só comecei mesmo a ter certeza após uma observação atenta de todos os detalhes. Com quem andava, pra onde ia, o que fazia, essas coisas.
Minha maior prova foi quando fotografei seu diálogo com uma tal traficante da encruzilhada. Os dois trocando tic tacs ao ar livre, em plena luz do dia! Era demais pra mim. Acho que também é demais pra vocês, então, por hoje é só.

sábado, 29 de janeiro de 2011


A desequilibrada, como alguns chamavam, já havia se acostumado com os baques da vida. Sua falta de equilíbrio aparentava ser mais física que emocional, embora não descartasse uma hipótese meio termo, psicossomática.
Seus momentos de desequilíbrio eram os de maior desconforto e também de maior mudança. Era gravidez, só que de futuro, assim como aconteceu com a idolatrada Macabéa. Mas Macabéa abortou. Ela não.
Teve sorte o bastante pra viver como uma borboleta no casulo, deixando o vento vir e embaralhar, pra depois cair como um fruto maduro que finalmente bateu as asas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A dama da luva: a história trágica de uma mulher com seu vestido cor de uva.


Raramente ia aos bailes, pois tinha algum segredo. Não é que ninguém ousasse convidar, mas a dama da luva, por si só, odiava todos os espelhos.
Um dia, ou melhor, numa noite, a dama da luva (ninguém sabe se solteira ou viúva) foi à festa da corte. Chegando lá, não entrou no salão pois não tinha par, também nem se importou em ter, preferiu ficar só, no seu jeito "deixe-me ser", sob a luz do luar.
Foi quando apareceu um rapaz de capa verde, com um cinto e uma espada, alguém que pensou ser o famoso conde das esmeraldas. A desconfiança era da nobreza de seus gestos, os pensamentos eram da cor de seus olhares, mas sua mente girava como o passo da valsa: não admitia atropelos. Então deixou as rimas para mais tarde.
Observou e concluiu que o enigma da valsa consiste em dançar. Não importa se está alegre ou triste.
Sim, aceitou o convite! E como poderia recusar a pobre dama da luva? dançou várias vezes, ao redor de vários lustres, com seu vestido cor de uva! Sorriu como nunca, sentiu calafrios, suor na nuca...
E ficaram até o fim de tudo, até o último segundo da última badalada, quando o céu já não era mais azul escuro, era o começo diurno e o princípio do nada.
Princípio do nada porque esse conde havia sumido, deixado a dama só no salão, sem um ombro amigo, sem alguém para lhe estender a mão.
Há quem diga hoje que a dama não foi abandonada e sim que recebe em sua casa a visita de um tal homem com mascarado. Outros dizem que foi só devaneio, jamais essa mulher receberia alguém, de tamanho que é o seu receio.
A questão é que hoje os espelhos estão banidos da sua casa, suas vestes continuam cor de uva e sempre usa a mesma luva, esperando o dono dos olhos de esmeralda.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Knocking on heaven's door

(não se esqueça da trilha sonora! =D - você não vai se arrepender hehehe)




Pessoal, essa é uma das minhas fotos mais bonitas. Quer dizer, só eu que acho isso mesmo hehe, porque o professor de fotografia não achou nenhum pouco. Mas, a verdade é que ele não viu a história como eu vi.
Foi durante um sonho que eu, Scutty, entrei nessa outra dimensão, a dimensão do PB. Lá as crianças se distinguiam claramente, pois umas eram pretas e outras eram brancas. Mas a sombra de todas era preta. Essa era a cor não-cor que todas tinham em comum.
Ia perguntar sobre os seus pais, mas perdi a coragem, estavam tão atentas ao som da música que pareciam, juntas, pertencer a uma única família. Um segundo depois, entendi: eram órfãs. Tinham todas a mesma idade, tinham todas a mesma identidade. Estavam unidas.
E o que faziam essas crianças-para-sempre? Marchavam em direção à Igreja. "Venham a mim as criancinhas, pois a elas pertence o reino dos céus", dizia a faixa. Devia ser alguma comemoração, pensei.
Uma comemoração meio macabra, confesso, que por alguns instantes me remeteu à lenda do tocador de flautas, pois a imagem era hipnótica e jovens dessa idade não costumam andar assim, tão enfileirados!
Agora subiam a escada. O sino badalava e a música, vocês já sabem.
Lugar mais alto que esse, impossível! Era alto, mas era seguro, era quente, aconchegante, pacífico, era um lugar para todas as crianças, e era pra lá que elas estavam indo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sweet Child story

trilha sonora--> deixe concluir antes de ler =)



Bem pessoal, depois de tanto sacrifício para postar a verdadeira trilha sonora dessa história, eu me rendi. Pelo que vocês podem ver eu tentei colocar um tocador de fita aqui do lado, que por sinal deveria estar tocando essa música agora. Mas, enfim, tecnologia ultrapassada é assim mesmo.
Vamos logo ao que interessa...

A história de Sweet Child

Nesse dia o céu estava azul e uma menina meio bobalegre corria pelos campos de não sei onde, ela ria, tinha feito uma descoberta. Sua primeira reação foi querer contar para as amigas essa boa notícia que também tinha a ver com elas. Mal podia esperar a reação de cada uma quando soubessem disso!
Viu uma bola no chão e chutou, correu meio pulando, pagou até um micos de tão feliz. Ninguém ia ver, o local estava deserto mesmo! A não ser por uma pessoa... um cara que apareceu na sua frente e estragou toda a novidade: algo que ela carregava nas mãos e que sujou lhe sujou a camisa. Aliás, sujou a camisa de ambos.
--- Eitaaa!! Você não olha pra onde anda não é? Que droga!... ia precisar dessa camisa agora pra uma entrevista de emprego, e por azar não dá mais tempo de voltar pra casa e trocar ela. Vou ter que ir desse jeito agora!
--- Desculpaaaaa!
--- Poxa....
--- Vê só eu tenho outra camisa aqui, quer dizer é quase uma camisa, é uma capa de motoqueiro, se der pra quebrar um galho...
--- hauhauahua! Você tá brincando né?
--- Bom, se você não quiser tudo bem...
--- Não, eu aceito! talvez se eu botar ela por cima dê pra esconder a mancha, é aqui meio de lado mesmo né? é, acho que dá pra dar um jeito.
--- É, tá bem melhor agora,...
--- Eita, muito obrigado mesmo viu? Eu acho que me desesperei um pouco. Só que eu to meio atrasado e tenho que ir correndo. Será que a gente pode se encontrar nesse mesmo local ao meio dia?
--- Ihh hoje eu não posso... pode ser às 13h?
---Aiii aí já não dá pra mim!... Não, vê só! (falou ele olhando pro relógio) eu posso te dar meu telefone se você quiser, aí a gente vê um horário amanhã pra se encontrar tá bom?
--- Ok.
--- Desculpa aí qualquer coisa também.
--- Oxe que nada. Boa sorte! xau!
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No dia seguinte,
S.C andava pelos campos mas, dessa vez só andava mesmo. Era fome. Marcou de meio dia nesse mesmo local- talvez fosse o único que ele tinha disponível na agenda então resolveu não insistir.
Quando menos percebe o "senhor ocupado" já está atrasado em mais de meia hora. Mas, o que será que ele tá fazendo hein? pensava. Olhava pra um lado, olhava pra o outro, até que veio um sujeito quase irreconhecível, vestido com uma camisa dos Guns e um violão nas costas.
--- Eita que demora, já tava morrendo de fome aqui!
--- Ihh desculpa,... tá aqui seu casaco. Ehh.. você vai almoçar agora?
--- Vou, por quê?
--- É que eu também queria, mas não conheço esse lugar direito...
E depois de alguns minutos foram almoçar juntos. Ela e o estranho. Estranho só no nome mesmo, porque até que se pareciam! E aí no fim de tudo, choveu. Choveu com raios e trovões mesmo. Um toró desgraçado. Faltou energia, quebraram-se galhos e pra quebrar mais ainda o glamour, S.C acabava de perder o seu ônibus nesse exato momento.
--- Poxaaa... era meu ônibus!!! Agora vou ter que ficar esperando aqui até a chuva amenizar mais! Porque só tem essa parada aí em que eu posso pegar. (era uma parada toda descoberta e molhada)
--- Humm. Pra onde nós vamos agora? Olha, se você quiser a gente podia ir lá pra dentro enquanto a chuva não passa.
--- Poxa... é o jeito. Aqui também não dá, tá muito frio. Deixa eu botar esse casaco perae, quer dizer, essa capa aqui que eu te emprestei ahauhaahuau.
E aí os dois ficaram juntos por mais algumas horas. O som da chuva parava, mas o do violão aumentava. A música nem precisa dizer porque vocês já sabem...
Nesse dia não aconteceu nada entre os dois além de amizade. Nesse dia, hauhaauha, por que no outro dia de manhã S.C encontrou um bombom e um pequeno bilhete no bolso esquerdo do casaco.
"Where do we go? Where do we go now? Where do we go? Where do we go now? now, now, now. now , now.... Sweet Child, Sweet Child o' mine."

Quem é Donna Scutty?

Alguns dizem que é uma tagarela. Mas o fato dela ser tagarela não quer dizer que ela vá sair contando as coisas por aí. Na verdade, D.S surgiu como um pseudônimo e logo virou uma dupla personalidade. Uns dizem que o nome é apenas uma cacofonia de uma certa dona das palavras que ninguém aguenta mais escutar.
Na verdade, nem eu sei quem ela é, mas como dizia no filme do Batman: o que te define é o que você faz. E pra completar com o Homem Aranha, "grandes poderes, grandes responsabilidades". Por isso pretendo escrever histórias com personagens anônimos ou fictícios, embora se o personagem principal assim desejar, divulgarei o sua identidade.
Só porque eu disse "fictícios" também não significa que eles sejam super-heróis ou monstros (como no filme Saneamento básico) . Usei Batman e Homem Aranha apenas como argumento de autoridade, de quem entende desse negócio de vida paralela.
Pronto, então é isso. Espero que vocês gostem! xau! =D