quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A janela mágica-parte 1



Um dia, enquanto estava no meu quarto, tive um pressentimento. Um pré-sentimento de que estar sentada na beirada da mesma janela sempre às segundas-feiras, às 13h, era uma espécie de comunicação com o meu futuro. O futuro me aguardava e dizia "você sabe aonde tem que chegar".

Anos depois, já bastante distanciada de todas essas ideias, pareci  ter sido levada ao meio do nada. Neste local, com muita dificuldade, recuperei minhas primeiras memórias. Depois disso, elas ficaram tão claras e cristalinas que não pude ignorá-las! 

O invisível me contava sobre o balançar das folhas em um lugar distante, repleto de colunas brancas e com um céu incrivelmente azul. Neste lugar não havia frio e sim um calor ironicamente refrescante. Minha missão era simples: falar com as pessoas. O assunto eu não sei ao certo, mas algo me dizia que era essencialmente importante para o meu passado. 








segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Olhando o pé de jasmim na janela do meu quarto aprendi um pouco mais sobre o que são as ideias. Elas devem ser firmes, como a base de um tronco construído com o passar do tempo e, suficientemente flexíveis nas pontas, de onde saem folhas sensíveis à brisa. Elas não crescem sem luz, sem água, sem a terra e sem o ar. Quando o primeiro raio bate na folha, ela o reflete. Outra parte é absorvida, em forma de calor.

Se fôssemos assim, suficientemente fincados em nós mesmos e maleáveis ao som do vento, talvez rendêssemos flores e quem sabe frutos. Mas o que são as flores e o que são os frutos? Um pouco do acaso. Uma folha diferente que brotou nesse dia, um beija-flor que resolveu mudar o itinerário.

Pensando mais um pouco vi que as plantas são bastante humildes. Elas nascem reproduzem e morrem até voltarem à terra. E é desse jeito que são imortais.

Se fôssemos assim em nossas amizades e estendêssemos nossos frutos sabendo que eles seriam deteriorados, o que restaria de nós? O passado? Não, as sementes.

Somente as sementes e, ao mesmo tempo, tudo comprimido milimetricamente.

É uma mágica, eu sei. A mágica de fazer algo simples e pequeno. Uma ferramenta tecnológica, que ninguém consegue criar sozinho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Carta a Sofia

Sofia,

Todos nós temos a capacidade de expansão e contração. Certa vez um filósofo disse que era disso que havia se formado o mundo, assim como no Big-bang e como ocorre desde o princípio da vida humana, em que primeiro se contrai a matéria prima e depois a expande, modela. Essa seria a essência do processo criativo. Assim como na dança, nas estratégias de guerra e nos sentimentos, é preciso saber onde dar um passo à frente e outro para trás. É com essa regra, pois, que permanecemos firmes, em um mesmo lugar, sem significar, por isso, imutabilidade. É um equilíbrio dinâmico. Aquilo que acontece somente com o caminho da expansão tende a contrair-se em algum momento e aquilo que se contrai tende a se expandir, de modo que, na verdade, tudo faz parte de um todo, indivisível. Explicando de uma maneira bem simples, se expandimos nossos dedos, contraímos a parte anterior à palma da mão e, se os contraímos, expandimos essa mesma parte. Desse modo, se seguramos uma massa a apertamos com os dedos ela vazará entre as articulações, criando uma moldura múltipla e distinta. Isso se aplica à vida: na hora de condensarmos nossos pensamentos e ações devemos deixar espaços para que sujam possibilidades múltiplas e diferenciadas. Se os expandimos, devemos ter um ponto fixo, onde tudo se encontra, onde há um foco. Expansão e contração são conceitos dialéticos, que visam ao conhecimento de um todo, essencialmente em sua fisiologia e funcionalidade.

domingo, 10 de julho de 2011

Eu aprendi que... plantar não é fácil.


Não podemos nos arrepender do que fizemos com certeza. As circunstâncias fizeram com que fizéssemos aquilo por livre e espontânea vontade. E, se era certeza, se era para o bem, se era um mal entendido, um erro, se era qualquer uma dessas coisas, pode ter certeza que só fez nos conduzir para o caminho certo.

O caminho certo é o que tem mais erros, pra falar a verdade. Quantos erros exatamente? Não precisamos saber, por que se soubéssemos, gostaríamos de acertar na última tentativa e isso seria um erro. Talvez o segredo seja ignorar nossas expectativas de acerto e, ironicamente, fazer tudo da melhor maneira. Fazer algo por fazer mesmo, com objetivo de fazer. De que modo? fazendo.

E quanto ao futuro? Se temos certeza do presente, não precisamos pensar no futuro. Porque o presente por si só já é uma constante mudança. Isso não significa, claro, falta de planejamento. E sim, planejar o presente de uma maneira que ele faça a diferença, construa um novo futuro, seja o fruto.

Plantar não é fácil. É preciso de adubo, ferramentas, uma muda ou uma semente, água, luz, ar e ainda contar com o clima favorável. É tudo muito bem planejado, cada elemento deve ser usado no momento certo. Falar sobre o que não se fez não adianta nada, o negócio é fazer. E, se falar sobre isso não adianta, pensar sobre que se falou menos ainda.

Em outras palavras, quem planta nunca diz como planta, simplesmente planta. Até porque cada um tem a sua maneira. E, se não dá certo de um jeito, tenta-se de outro. Ao final, o clima favorável quem criou foi você, com as mesmas palavras e pensamentos positivos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A oração mais bonita - na minha opinião hehehe

Sabe, deve existir tempo pra tudo mesmo. Tempo pra avançar e tempo pra recuar, tempo pra errar e pra aprender com os erros, tempo pra desistir e pra persistir, mas toda hora é hora de recomeçar.

O mundo impõe tantos valores, tantas dúvidas, tanto peso que nos esquecemos do que somos capazes. É preciso ter fé em si mesmo, independente de religião, porque ninguém sabe do dia de amanhã.

"Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna."


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Textos são como filhos- parte 1




Cada texto pra mim é como um filho.
Faço planos pra quando ele nascer; dou o máximo de carinho e de atenção; analiso detalhe por detalhe, por vezes criticando-o (mas é para o próprio bem hehehe); faço comentários sem permissão; assino meu nome em baixo...E ainda acho que todos são meus, por mais que tendam a ganhar o mundo!
Seja pelos oceanos ou pelos ares, quando eles viajam, fico com saudades.Levam uma parte de mim, com minhas próprias palavras, meus hábitos, minhas marcas...
Alguns nem ligam, nem dão sinal de vida, nem agradecem a mãe que tiveram!
Outros, eu adoto, alimento, dou carinho e conforto, como se fossem meus. Afinal, sempre cabe mais um, não importa o tamanho, a idade, se não têm pés nem cabeça, se são cegos, se não falam ou se têm outros tipos de deficiência.
Por causa disso, meu birô hoje é uma creche, cheia de palavras (e eu não me arrependo! hehehe) =D




domingo, 10 de abril de 2011

O que há de errado?



Claro que errar não é um erro, é um acerto, porque é a melhor forma de chegar ao sucesso, exercitando a autocrítica e aprendendo com os próprios defeitos. O problema é que, para muitos, "errar duas vezes a mesma coisa já é burrice" e pela terceira, nem se fala.
Sabemos da nossa condição como imperfeitos, barrocos, e ainda nos surpreendemos quando erramos, na medida em que nossos acertos são vistos de maneira corriqueira, como "nada mais que a obrigação".
Entendo o exercício da humildade implícito em cada conquista, e por isso acho que também aprendemos com nossos acertos.
Talvez a diferença entre esse tipo de aprendizado X pra um tipo de aprendizado Y (o dos erros), é que esse segundo ainda nos é traumatizante, porque o ser humano, graças a dios (ou a ele mesmo, se preferirem), acredita na sua capacidade.