quarta-feira, 9 de março de 2011

E se eu não for o que (ou quem) eu quero?

É, eu não escolhi viver desse jeito, mas qual escolha eu teria? A de viver longe da sociedade?

Sabe, na verdade eu de mim não tenho quase nada! Pensei que minhas palavras eram originais, que minha atitude não poderia ser transformada, que minha vida era uma decisão própria, intacta. Mas, quando menos espero, tenho que escrever em 140 caracteres, tenho que beber em um copo com formato de copo, sentar em uma cadeira com formato de cadeira e comer o que consideram comestível.

"Por quê tanta revolta Sr. Anônimo?" vocês devem estar se perguntando =P. Porque o formato das coisas me intriga: se algo nos agrada ou é pela forma ou pelo conteúdo (ou ambos). É porque contém algo que não temos, uma novidade. E aí quando entramos em contato com esse objeto, nos sentimos parte dele, mesmo sem sermos de fato.

Porque não somos o que queremos! E sempre queremos ser algo que ainda não somos!

sábado, 5 de março de 2011

Espelho invertido-parte 2

--- Ei! Quem é você e por que me persegue?
--- Eu sou seu outro eu e te pergunto agora: O que você faria se eu, sua imagem, me virasse contra você agora?
--- Eu não me reconheceria, claro!
--- Mas, como, se somos a mesma pessoa?

(...)

--- Me diga uma coisa, esse livro que você lê é seu mesmo?
--- Não.
--- Então, por que você o lê?
--- Eu leio justamente por que não é meu, oras! Quero saber da história!
--- E como você quer saber dessa história, se você nem ao menos sabe da sua, não sabe quem eu sou, nem quem você é?!





Espelho invertido-parte 1


Se olho para dentro de mim, me vejo por fora; se olho para fora de mim, me vejo por dentro. Sou a mesma a toda hora e não mais eu, ao mesmo tempo.
Vivo nesse espelho invertido, querendo ver minha imagem no mundo e vice-versa, me procurando em pensamentos alheios, juntando peça por peça.
Chega num momento em que não me caibo; num outro, e já não me meço. Sou imensurável e me esqueci que se medir é um grave problema estético!

Donna Scutty