sábado, 29 de janeiro de 2011


A desequilibrada, como alguns chamavam, já havia se acostumado com os baques da vida. Sua falta de equilíbrio aparentava ser mais física que emocional, embora não descartasse uma hipótese meio termo, psicossomática.
Seus momentos de desequilíbrio eram os de maior desconforto e também de maior mudança. Era gravidez, só que de futuro, assim como aconteceu com a idolatrada Macabéa. Mas Macabéa abortou. Ela não.
Teve sorte o bastante pra viver como uma borboleta no casulo, deixando o vento vir e embaralhar, pra depois cair como um fruto maduro que finalmente bateu as asas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A dama da luva: a história trágica de uma mulher com seu vestido cor de uva.


Raramente ia aos bailes, pois tinha algum segredo. Não é que ninguém ousasse convidar, mas a dama da luva, por si só, odiava todos os espelhos.
Um dia, ou melhor, numa noite, a dama da luva (ninguém sabe se solteira ou viúva) foi à festa da corte. Chegando lá, não entrou no salão pois não tinha par, também nem se importou em ter, preferiu ficar só, no seu jeito "deixe-me ser", sob a luz do luar.
Foi quando apareceu um rapaz de capa verde, com um cinto e uma espada, alguém que pensou ser o famoso conde das esmeraldas. A desconfiança era da nobreza de seus gestos, os pensamentos eram da cor de seus olhares, mas sua mente girava como o passo da valsa: não admitia atropelos. Então deixou as rimas para mais tarde.
Observou e concluiu que o enigma da valsa consiste em dançar. Não importa se está alegre ou triste.
Sim, aceitou o convite! E como poderia recusar a pobre dama da luva? dançou várias vezes, ao redor de vários lustres, com seu vestido cor de uva! Sorriu como nunca, sentiu calafrios, suor na nuca...
E ficaram até o fim de tudo, até o último segundo da última badalada, quando o céu já não era mais azul escuro, era o começo diurno e o princípio do nada.
Princípio do nada porque esse conde havia sumido, deixado a dama só no salão, sem um ombro amigo, sem alguém para lhe estender a mão.
Há quem diga hoje que a dama não foi abandonada e sim que recebe em sua casa a visita de um tal homem com mascarado. Outros dizem que foi só devaneio, jamais essa mulher receberia alguém, de tamanho que é o seu receio.
A questão é que hoje os espelhos estão banidos da sua casa, suas vestes continuam cor de uva e sempre usa a mesma luva, esperando o dono dos olhos de esmeralda.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Knocking on heaven's door

(não se esqueça da trilha sonora! =D - você não vai se arrepender hehehe)




Pessoal, essa é uma das minhas fotos mais bonitas. Quer dizer, só eu que acho isso mesmo hehe, porque o professor de fotografia não achou nenhum pouco. Mas, a verdade é que ele não viu a história como eu vi.
Foi durante um sonho que eu, Scutty, entrei nessa outra dimensão, a dimensão do PB. Lá as crianças se distinguiam claramente, pois umas eram pretas e outras eram brancas. Mas a sombra de todas era preta. Essa era a cor não-cor que todas tinham em comum.
Ia perguntar sobre os seus pais, mas perdi a coragem, estavam tão atentas ao som da música que pareciam, juntas, pertencer a uma única família. Um segundo depois, entendi: eram órfãs. Tinham todas a mesma idade, tinham todas a mesma identidade. Estavam unidas.
E o que faziam essas crianças-para-sempre? Marchavam em direção à Igreja. "Venham a mim as criancinhas, pois a elas pertence o reino dos céus", dizia a faixa. Devia ser alguma comemoração, pensei.
Uma comemoração meio macabra, confesso, que por alguns instantes me remeteu à lenda do tocador de flautas, pois a imagem era hipnótica e jovens dessa idade não costumam andar assim, tão enfileirados!
Agora subiam a escada. O sino badalava e a música, vocês já sabem.
Lugar mais alto que esse, impossível! Era alto, mas era seguro, era quente, aconchegante, pacífico, era um lugar para todas as crianças, e era pra lá que elas estavam indo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sweet Child story

trilha sonora--> deixe concluir antes de ler =)



Bem pessoal, depois de tanto sacrifício para postar a verdadeira trilha sonora dessa história, eu me rendi. Pelo que vocês podem ver eu tentei colocar um tocador de fita aqui do lado, que por sinal deveria estar tocando essa música agora. Mas, enfim, tecnologia ultrapassada é assim mesmo.
Vamos logo ao que interessa...

A história de Sweet Child

Nesse dia o céu estava azul e uma menina meio bobalegre corria pelos campos de não sei onde, ela ria, tinha feito uma descoberta. Sua primeira reação foi querer contar para as amigas essa boa notícia que também tinha a ver com elas. Mal podia esperar a reação de cada uma quando soubessem disso!
Viu uma bola no chão e chutou, correu meio pulando, pagou até um micos de tão feliz. Ninguém ia ver, o local estava deserto mesmo! A não ser por uma pessoa... um cara que apareceu na sua frente e estragou toda a novidade: algo que ela carregava nas mãos e que sujou lhe sujou a camisa. Aliás, sujou a camisa de ambos.
--- Eitaaa!! Você não olha pra onde anda não é? Que droga!... ia precisar dessa camisa agora pra uma entrevista de emprego, e por azar não dá mais tempo de voltar pra casa e trocar ela. Vou ter que ir desse jeito agora!
--- Desculpaaaaa!
--- Poxa....
--- Vê só eu tenho outra camisa aqui, quer dizer é quase uma camisa, é uma capa de motoqueiro, se der pra quebrar um galho...
--- hauhauahua! Você tá brincando né?
--- Bom, se você não quiser tudo bem...
--- Não, eu aceito! talvez se eu botar ela por cima dê pra esconder a mancha, é aqui meio de lado mesmo né? é, acho que dá pra dar um jeito.
--- É, tá bem melhor agora,...
--- Eita, muito obrigado mesmo viu? Eu acho que me desesperei um pouco. Só que eu to meio atrasado e tenho que ir correndo. Será que a gente pode se encontrar nesse mesmo local ao meio dia?
--- Ihh hoje eu não posso... pode ser às 13h?
---Aiii aí já não dá pra mim!... Não, vê só! (falou ele olhando pro relógio) eu posso te dar meu telefone se você quiser, aí a gente vê um horário amanhã pra se encontrar tá bom?
--- Ok.
--- Desculpa aí qualquer coisa também.
--- Oxe que nada. Boa sorte! xau!
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No dia seguinte,
S.C andava pelos campos mas, dessa vez só andava mesmo. Era fome. Marcou de meio dia nesse mesmo local- talvez fosse o único que ele tinha disponível na agenda então resolveu não insistir.
Quando menos percebe o "senhor ocupado" já está atrasado em mais de meia hora. Mas, o que será que ele tá fazendo hein? pensava. Olhava pra um lado, olhava pra o outro, até que veio um sujeito quase irreconhecível, vestido com uma camisa dos Guns e um violão nas costas.
--- Eita que demora, já tava morrendo de fome aqui!
--- Ihh desculpa,... tá aqui seu casaco. Ehh.. você vai almoçar agora?
--- Vou, por quê?
--- É que eu também queria, mas não conheço esse lugar direito...
E depois de alguns minutos foram almoçar juntos. Ela e o estranho. Estranho só no nome mesmo, porque até que se pareciam! E aí no fim de tudo, choveu. Choveu com raios e trovões mesmo. Um toró desgraçado. Faltou energia, quebraram-se galhos e pra quebrar mais ainda o glamour, S.C acabava de perder o seu ônibus nesse exato momento.
--- Poxaaa... era meu ônibus!!! Agora vou ter que ficar esperando aqui até a chuva amenizar mais! Porque só tem essa parada aí em que eu posso pegar. (era uma parada toda descoberta e molhada)
--- Humm. Pra onde nós vamos agora? Olha, se você quiser a gente podia ir lá pra dentro enquanto a chuva não passa.
--- Poxa... é o jeito. Aqui também não dá, tá muito frio. Deixa eu botar esse casaco perae, quer dizer, essa capa aqui que eu te emprestei ahauhaahuau.
E aí os dois ficaram juntos por mais algumas horas. O som da chuva parava, mas o do violão aumentava. A música nem precisa dizer porque vocês já sabem...
Nesse dia não aconteceu nada entre os dois além de amizade. Nesse dia, hauhaauha, por que no outro dia de manhã S.C encontrou um bombom e um pequeno bilhete no bolso esquerdo do casaco.
"Where do we go? Where do we go now? Where do we go? Where do we go now? now, now, now. now , now.... Sweet Child, Sweet Child o' mine."

Quem é Donna Scutty?

Alguns dizem que é uma tagarela. Mas o fato dela ser tagarela não quer dizer que ela vá sair contando as coisas por aí. Na verdade, D.S surgiu como um pseudônimo e logo virou uma dupla personalidade. Uns dizem que o nome é apenas uma cacofonia de uma certa dona das palavras que ninguém aguenta mais escutar.
Na verdade, nem eu sei quem ela é, mas como dizia no filme do Batman: o que te define é o que você faz. E pra completar com o Homem Aranha, "grandes poderes, grandes responsabilidades". Por isso pretendo escrever histórias com personagens anônimos ou fictícios, embora se o personagem principal assim desejar, divulgarei o sua identidade.
Só porque eu disse "fictícios" também não significa que eles sejam super-heróis ou monstros (como no filme Saneamento básico) . Usei Batman e Homem Aranha apenas como argumento de autoridade, de quem entende desse negócio de vida paralela.
Pronto, então é isso. Espero que vocês gostem! xau! =D